O Fim do Ar-Condicionado Convencional: Quando e Por Que Isso Acontecerá?
Nos últimos anos, o mercado de climatização vem passando por uma transformação radical, com o ar-condicionado convencional sendo gradualmente substituído por tecnologias mais eficientes e sustentáveis. Mas quando exatamente esses modelos tradicionais deixarão de ser fabricados? Este artigo explora os prazos estabelecidos por novas regulamentações, as tecnologias que estão substituindo os aparelhos antigos e o impacto dessa mudança para consumidores e meio ambiente.
As Novas Regulamentações e Prazos para Descontinuar o Ar-Condicionado Convencional
O Brasil está passando por uma significativa atualização em suas normas de eficiência energética para aparelhos de ar-condicionado, o que está acelerando o fim dos modelos convencionais (chamados de “on/off” ou de rotação fixa). Segundo as novas diretrizes:
- Fabricantes e importadores têm até 31 de dezembro de 2025 para parar de produzir e importar aparelhos menos eficientes .
- Comerciantes e varejistas terão até 31 de dezembro de 2027 para esgotar os estoques dos modelos antigos.
- A partir de 2028, apenas aparelhos com tecnologia Inverter (rotação variável) e maior eficiência energética poderão ser comercializados no país.
Essas mudanças fazem parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), que revisou os critérios de avaliação de consumo energético, adotando o Índice de Desempenho de Refrigeração Sazonal (IDRS). Os novos padrões exigem um IDRS mínimo de 4,50 Wh/Wh para aparelhos abaixo de 30.000 BTUs e 3,90 Wh/Wh para capacidades superiores.
Por Que o Ar-Condicionado Convencional Está Sendo Substituído?
Os modelos tradicionais estão sendo eliminados por três motivos principais:
1. Eficiência Energética
Os aparelhos convencionais consomem até 60% mais energia que os modelos Inverter, pois operam em velocidade fixa, ligando e desligando constantemente para manter a temperatura. Já os compressores Inverter ajustam sua potência conforme a necessidade, reduzindo o desperdício de energia .
2. Impacto Ambiental
Os aparelhos antigos utilizam gases refrigerantes HFCs, que têm alto potencial de aquecimento global. A transição para tecnologias mais eficientes ajudará a reduzir essas emissões, além de diminuir a demanda por energia elétrica, muitas vezes gerada por termelétricas poluentes .
3. Economia para o Consumidor
Embora os aparelhos Inverter sejam mais caros inicialmente, a economia na conta de luz ao longo do tempo compensa o investimento. Estima-se que a adoção desses modelos possa gerar uma economia de R$ 12 bilhões até 2040 no Brasil.
Novas Tecnologias Que Estão Substituindo o Ar-Condicionado Convencional
Além dos aparelhos Inverter, outras inovações prometem revolucionar o mercado de climatização:
1. Sistemas de Geotermia Superficial
Uma técnica que utiliza o ar mais fresco do subsolo para resfriar ambientes, reduzindo o consumo de energia em 40% a 60%. Essa tecnologia já é testada no Brasil pela USP e pode ser uma alternativa sustentável no futuro.
2. Climatizadores Evaporativos Avançados
A startup francesa Caeli Energie desenvolveu um sistema que usa evaporação indireta e desumidificação, consumindo até 80% menos energia que um ar-condicionado tradicional e sem utilizar gases refrigerantes.
3. Refrigerantes Ecológicos (R290)
A Europa já está banindo gases fluorados (F-Gases) de alto impacto climático, substituindo-os por alternativas como o R290 (propano), que tem um potencial de aquecimento global quase nulo.
O Que Isso Significa para o Consumidor?
- Até 2027, ainda será possível encontrar aparelhos convencionais no mercado, mas com disponibilidade cada vez menor 28.
- A partir de 2028, apenas modelos mais eficientes (classe A ou B) estarão disponíveis, seguindo os novos padrões do Inmetro 11.
- O preço inicial pode ser maior, mas a economia de energia compensa a longo prazo. Um estudo da UFABC estima que a redução no consumo pode abastecer 2 milhões de residências por ano 8.
O Futuro da Climatização é Mais Eficiente e Sustentável
A eliminação gradual do ar-condicionado convencional não é uma questão de “se”, mas de “quando”. Com prazos já estabelecidos até 2028, o mercado está se adaptando a tecnologias que consomem menos energia, reduzem emissões poluentes e oferecem maior conforto térmico. Para o consumidor, a dica é optar por aparelhos com classificação A no Inmetro e considerar alternativas inovadoras, como sistemas geotérmicos ou climatizadores evaporativos avançados.
Essa transição não apenas beneficia o bolso do consumidor, mas também contribui para um futuro mais sustentável, alinhado com as metas globais de redução de emissões e eficiência energética.